terça-feira, 11 de março de 2008

Correio Braziliense continua suas mentiras sobre o Setor Noroeste


O jornal Correio Braziliense continua sua campanha insaciável pela construção do Setor Noroeste, bairro destinado à classe alta da cidade que pretende destruir cerrado nativo e comunidades indígenas. Nas matérias divulgadas hoje (11/3/2008) no jornal impresso e eletrônico o jornal anuncia que o "Noroeste sai em abril". Eles estão desesperados e tentam como podem começar as licitações dos terrenos para que o bairro se efetue como fato consumado. Isso é ditadura camuflada de democracia. O Governo do Distrito Federal e seu segundo diário oficial, o Correio Braziliense, não podem atropelar os processos do Plano Diretor das Cidades e das exigências da licença prévia concedida pela Superintendência do Ibama. Para discutir o Plano Diretor tem audiência pública marcada para o próximo dia 17 de março na Câmara Legislativa.

As matérias do Correio mais uma vez demonstram o tipo de jornalismo vendido praticado por esta empresa. As duas fontes utilizadas na matéria foram o Governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, que disse "Estamos empenhados na linha da legalidade. É preciso atender a demanda de moradia dos brasilienses com opções legais e assim evitar que surjam novos parcelamentos irregulares". Típico da falsa democracia. Sempre utilizam do argumento da técnica e da legalidade para legitimar seus projetos. Não há demanda de moradia para os brazilienses. Quem mora na cidade pode ver os inúmeros prédios abandonados e os apartamentos e salas que estão para vender ou alugar há vários anos. E o fato de surgir ou não parcelamento irregular isso é em grande parte culpa da desorganização do governo.

Outra fonte utilizada foi Francisco Palhares, Superintendente do Ibama no DF, que se mostrou apto a seguir a linha corrupta do GDF. "A partir de quinta-feira, os técnicos vão começar a fazer a leitura do material e, se não tiver nenhum problema, a licença sai em uma semana". Francisco já tem problemas. Das 42 exigências exigidas na licença prévia ao menos duas não foram cumpridas o que já inviabiliza a concessão da licença de instalação. A primeira é a da remoção dos índios, que é sempre colocada como algo banal pelo Correio. Mas, a verdade é que os indígenas não querem sair da localidade onde vivem há mais de 30 anos e tem uma relação espiritual que as pessoas não tem pelo concreto. A segunda é a de assegurar no projeto o limite máximo de 40 mil pessoas no Setor Noroeste. Com apenas algumas contas fica fácil derrubar este número: são 20 quadras com 11 edificações em cada uma. Se em cada prédio morarem 240 pessoas temos 52.800 pessoas. E, ainda se "esquecem" sempre de contar os moradores das kitnets dos prédios comerciais além do que é fácil deduzir que, assim como hoje está o Setor Sudoeste, o projeto não vai se limitar a área de seu projeto original.

O Correio Braziliense ainda insiste em todas suas matérias sobre o absurdo projeto no blefe de que o bairro será sustentável: "...a proposta é transformar a área no primeiro "bairro verde" com construções ecologicamente corretas", diz a matéria. O projeto de bairro pode ser chamado de bairro cinza pela transformação que pretende de cerrado nativo para selva de pedras, no mal sentido. Quem quiser conhecer construções realmente sustentáveis entre em www.ipoema.org.br. Vale lembrar também que o projeto do GDF visa destruir área de mata nativa e preservar parte do Parque Burle Marx, que está bastante deteriorado pelo descaso do governo e, é só ir até lá para conferir, por uma extração de calcário feita pela própria Terracap que parou as obras porque esta também era umas das condicionantes para construção do bairro cinza.

Arruda e Paulo Octávio estão sedentos para efetivar seu projeto especulativo. A "Paulooctávio" até está fazendo um prédio no Guará com o nome de "Residencial Alírio Neto" (nome do Presidente da Câmara Legislativa). O Correio não "lembra" mas o caso está na justiça e com certeza não sairá em abril. Aliás o mesmo jornal anuncia desde dezembro que vai sair esta licitação. Será que os jornalistas da empresa também vão ganhar apartamentos na localidade, assim como o BNDES?

A sociedade civil está mobilizada a favor da preservação da mata nativa de cerrado que ainda resta e dos povos originários desta terra! Faça parte desta luta! Envie um email para: santuariodospajes@yahoo.com

http://santuariodospajes.naxanta.org

Awiry!


Associação Cultural dos Povos Indígenas - ACPI

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